quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

Adeus, 2019!

São 4 da manhã do dia 02/01/2020 e eu tô aqui sem conseguir dormir porque dormi o dia 01 todinho. No dia 31 eu quis atualizar aqui mas não consegui e agora eu entendo o porque, ainda não tinha acabado. Bom, 2019 foi um péssimo ano pra mim, eu quase morri, quase mesmo, suicídio. Mas pra não cometer os mesmos erros, deixarei pra trás 2019 aprendendo com eles. Vamos começar do começo.

01 de Janeiro de 2019. 

Tudo começou na praia, eu não dormi aquele dia, foi horrível a minha madrugada, não curti nada, não bebi nada, só queria que o dia amanhecesse e ir pra casa. Mas aí, de manhã eu tomei banho no rio e foi a melhor coisa que eu fiz, o ano começou assim, no rio
 Não foi um ano fácil, eu entrei de vez na vida adulta, tive meu primeiro emprego, não soube administrar ele e meu dinheiro, gastei mais do que deveria, me afundei economicamente e as coisas com a minha mãe começaram a dar muito errado, as brigam eram intensas e feias, já não aguentava mais ficar em casa. Hoje, percebo que ela tava certa, eu não estava me esforçando, trabalhando. Tinha um trabalho que parecia ser perfeito, em uma empresa de cosméticos, mas já foi, acabou e não vou ficar chorando e lamentando, tenho que aprender a deixar as coisas irem. Voltando a perto do fim do primeiro semestre, eu já estava me afogando nós problemas e não conseguia resolver, foi então que em um ato inconsequente, decidi que era a hora de ir embora, começar em outro lugar, mesmo sabendo que morar no interior do estado não era o melhor lugar para uma pessoa trans e LGBT, mas eu fui. No começo foi difícil, estava passando por um desilusão amorosa, sentindo falta de amigos e da vida que eu tinha na capital mas foi bom conhecer novas pessoas, ter uma rotina diferente, foi bom um tempo. Consegui um emprego, sai por ser LGBT e por não ter experiência e por ter ficado perdida e assustada. Conheci um amigo e através dele, tentamos nós divertir naquela cidade, no começo foi bom mas não durou nem 2 meses, eu estava infeliz e decidi voltar. Quando voltei, minha vida estava totalmente diferente, minha mãe foi morar no RJ, estava morando com meu tio, voltei com a mesma amizade e vida que fez eu perder o foco, que me destraia, voltei com o mesmo emprego, voltei como Laís. Sabe quando você sente "Se já deu errado, não vou tentar de novo?" Eu senti e ignorei e tentei, não deu certo novamente, a amizade, o emprego, não deu certo. As coisas só pioraram. Dessa vez foi mais perigoso, eu comecei a pensar em suicídio, eu me sentia só, apesar de ter alguém na minha vida que me fazia bem, eu não conseguia parar de pensar assim. E eu realmente tava só. Só que eu não sabia lidar com a solidão, que é normal, acreditem, temos que aprender a lidar com ela porque nem sempre estaremos perto de alguém. Eu tentei suicídio em setembro de 2019.

Foi uma noite tão curta mas tão longa, parece até que foi tudo um sonho. Quando comecei a ficar com a pressão baixa comecei a pensar no que eu tinha feito. Mas eu pensei que não ia ter mais volta, pensei que não ia mais olhar no rosto das pessoas que eu deixei esperando. Fiquei quase 3 dias sem dormir direito, com medo. Esse episódio aproximou uma pessoa de mim, a melhor coisa que aconteceu no meu ano, mas estou aqui pra falar de mim. Não demorou 2 semanas e eu comecei a me arrepender de ter chamado duas pessoas pra me "despedir". Se eu não tivesse chamado, eu ia tá morta. Foi então que eu percebi, não me arrependi. Comecei a ter crises constantes, adquirir ansiedade, comecei a me desesperar. E foi assim até o fim de novembro, por aí. Crises constantes. Em novembro eu consegui outro emprego, em uma cafeteria e chocolatería, era tratada no feminino, tava tudo perfeito por uma semana lá. Fiz planos, estava tão feliz, meu ânimo melhorou, era bom ver pessoas todo dia. Mas não fiquei e até hoje não entendo o porquê. Isso foi o suficiente pra eu me afundar ainda mais. Esse ano foi "quase". Quase trabalhei, Quase namorei, Quase morri, Quase consegui. Foi o ano mais difícil que já tive, fui empurrada pra vida adulta e não consegui lidar. O que eu fiz de errado? Muitas coisas. Dia 01 de 2020 aconteceu algo que foi importante pra eu perceber o que eu preciso mudar. E 2019 se encerrou como ele foi, um desastre. O importante é que reconheço todos os meus erros e vou deixá-los com 2019 porque não se trata de "novo ano, vida nova" se trata de mim, se eu não mudar, eu vou morrer e eu realmente não quero morrer. Quando você aceita seus erros e os reconhece, fica fácil saber consertar, e é sempre importante deixar que o único beneficiado com suas mudanças é você mesmo. Comecei o ano no mesmo rio que comecei 2019. Eu não consigo explicar o que senti quando me joguei no rio. Só sei que senti que sou uma alma livre, eu me lavei, sou uma tela em branco, pronta pra ser pintada pela melhor artista, eu, Laís. Posso perder a pessoa que mais amei em 2019 mas isso não me assusta tanto, vou confiar no destino, vou confiar em mim mesma, eu sou a prioridade agora.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

Deus e Eu, Laís.

Pode parecer até engraçado e irônico mas eu acredito muito em Deus. Já pensei que eu acreditava em vários deuses mas sempre voltava ao Deus da bíblia, acredito que há um mistério muito maior do que possamos imaginar, sim, sou transgênero e acredito que Deus me fez como eu tive que vim ao mundo. não acredito que eu tenha demônio ou que eu possa mudar, Deus me fez exatamente assim. Sempre em minhas orações eu entrego essa causa á Deus, que se for da vontade dele, que ele me dê cobertura e me abra as portas.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

Não sei to loka #1

Eu estou naqueles momentos que sempre rola, que eu só quero sumir.... e como não posso ignorar a vida que existe ao meu redor, saio das redes sociais. Não quero mais que as pessoas me vejam, online, minhas fotos, algo assim.

domingo, 9 de dezembro de 2018

Só queria ser vista como uma mulher.

Não é inveja, não poderia jamais sentir isso. É um sentimento de ser incapaz. Incapaz de conquistar e ficar com um homem que realmente me agrade.... Como eu posso competir com uma mulher cis?! Elas tem o que eles gostam, não digo só da genitália e sim de tudo. É extremamente diferente para um homem, uma mulher cis para uma mulher trans. Me sinto muito mal por não conseguir causar o mesmo efeito que uma mulher cis, por isso que prefiro me retirar. Estou me diminuindo? Estou! E foda se! É apenas a verdade!

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Ouça meu grito.

Laís, 16 anos, presa no corpo de Luis, aguentou, tentou esperar, mas agora, grita pra sair.

Meu nome é Luis, não tenho problema em revelar meu nome, afinal, estou nesse corpo, não posso negar um nome que meu corpo acusa ser. tenho apenas 16 anos, porém, sinto-me esgotado, sufocado. Quero ser livre pra ser quem eu sou, quero ser Laís.